top of page
Foto do escritorGUIA MIRAI

ABRIL AZUL: CONHEÇA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E OS TRATAMENTOS OFERECIDOS NO BRASIL




O Abril Azul é comemorado todos os anos como um mês dedicado à conscientização do autismo. A campanha surgiu a partir da definição pela ONU, em 2008, do dia 2 de abril como o “Dia Mundial da Conscientização do Autismo”. O mês propõe um conjunto de ações e esforços que objetivam difundir informações para a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas com o transtorno.


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento. Mesmo assim, o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de estímulos para independência e qualidade de vida das crianças. Para isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com uma rede de apoio e assistência a pacientes com essa condição.


A porta de entrada para investigar e chegar ao diagnóstico do TEA é pela Unidade Básica de Saúde mais próxima da residência do paciente. A partir daí, iniciam-se os atendimentos e encaminhamento para o serviço terapêutico especializado de reabilitação da macrorregião de saúde a que o paciente pertence.


O transtorno do espectro autista é uma condição neurobiológica complexa que afeta o desenvolvimento do cérebro, levando a dificuldades na comunicação, interação social e comportamento. No entanto, os sintomas e a gravidade variam de pessoa para pessoa, daí o termo "espectro".


No Brasil, existem várias opções de tratamento disponíveis para pessoas com TEA. Isso inclui intervenções comportamentais, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicoterapia, educação especializada e, em alguns casos, medicação para tratar sintomas associados, como ansiedade ou hiperatividade.


É importante destacar que o diagnóstico precoce e a intervenção adequada podem fazer uma grande diferença no prognóstico e na qualidade de vida das pessoas com TEA. Portanto, é fundamental que os pais, cuidadores e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais precoces e busquem avaliação e suporte especializado o mais cedo possível.


Além disso, é essencial que haja uma maior conscientização e inclusão social das pessoas com TEA na sociedade brasileira, garantindo-lhes acesso igualitário a educação, emprego e serviços de saúde adequados às suas necessidades individuais.


A SES possui ainda 141 serviços terapêuticos contratualizados com a gestão municipal que atendem mais de 14 mil pessoas com Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro Autista (TEA) em todas as macrorregiões do estado. A maior parte das terapias são ofertadas pelas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs) municipais que recebem recursos estaduais e federais para o atendimento em reabilitação a estes pacientes.


Mensalmente são destinados mais de 2,5 milhões a estas entidades (dos quais 1,5 milhões são recursos estaduais) para financiar a oferta de serviços profissionais de fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, psiquiatria, neurologia, educação física, enfermaria, musicoterapia, naturologia, pedagogia e assistência social.


Censo 2022 e autismo


Estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo tenham autismo, sendo 2 milhões delas no Brasil. Porém, até 2022 nenhum levantamento oficial havia sido feito no país para identificar essa população. Com o advento da Lei 13.861 de 2019, de autoria da então deputada federal Carmen Zanotto, que atualmente está à frente da SES, pela primeira vez foi realizado um questionário com informações específicas sobre pessoas com autismo no último censo demográfico, realizado em 2022.


“Com esses dados poderemos desenvolver políticas públicas direcionadas para a realidade de cada região do país. E levar conhecimento à população sobre o transtorno e a importância do diagnóstico precoce e tratamento”, destaca a secretária Carmen Zanotto.


A partir da coleta de informações, será possível saber quantas pessoas com o transtorno existem no Brasil e a realidade socioeconômica das famílias. O novo questionário pode ser considerado um avanço na inclusão de pessoas com autismo, incluindo familiares.


Diagnóstico


O neurologista do Centro Catarinense de Reabilitação (CCR), Rafael Watanabe, explica que não existe um exame laboratorial ou de imagem que detecte o autismo. “O diagnóstico é feito através de critérios clínicos obtidos através da história fornecida pelos pais ou familiares e até mesmo professores, além da observação por profissional médico experiente avaliando sintomas presentes durante avaliação clínica”, observa.


De acordo com o médico, os critérios diagnósticos são baseados em dois pilares, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5), que são o prejuízo de comunicação e interação social, e a presença de interesses e comportamentos com padrões restritos e repetitivos.


Como todas as patologias, o médico alerta que o diagnóstico precoce e a conscientização são o principal fator para o tratamento. “O diagnóstico precoce pode ocorrer já aos 18 meses e implica em um melhor prognóstico, ou seja, melhor capacidade de independência e funcionalidade, ao se direcionar para terapias adequadas. Além disso, permite acesso a alguns direitos como o transporte gratuito entre outros benefícios, como a possibilidade de um segundo professor”, lembra.


Sinais de alerta e sintomas gerais


O neurologista destaca alguns sinais de alerta e sintomas para se pensar em TEA:


Aos 12 meses: não responder ao chamado do nome

Aos 14 meses: não apontar para objetos que demonstra interesse

Aos 18 meses: não brincar de faz de conta


Entre os sintomas gerais destacam-se:


- evitar o contato visual e preferir ficar sozinho

- repetir palavras ou frases de maneira repetitiva (ecolalias)

- dar respostas não relacionadas às perguntas feitas

- ficar estressado com pequenas mudanças de rotina

- ter interesses obsessivos

- realizar movimentos repetitivos como: movimentar as mãos como bater de asas, balançar de corpo ou girar em círculos

- ter reações não usuais a sons, cheiros, gostos, aparência ou textura (tato)


Tratamento


Para ter acesso ao tratamento, é necessário que o paciente busque atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima da residência do paciente. A partir daí, iniciam-se os atendimentos e encaminhamento para o serviço terapêutico especializado de reabilitação na macrorregião de saúde a que o paciente pertence.


A estimulação do paciente com os diversos profissionais permite um maior desenvolvimento e independência do portador do transtorno. Segundo o neurologista, Rafael Watanabe, o tratamento consiste em terapias aplicadas por diversos profissionais que incluem fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos através de técnicas específicas visando a reabilitação e também nutricionistas, pedagogos e educadores físicos. “Geralmente são direcionados para centros de reabilitação como o Centro Catarinense de Reabilitação, a APAE e Fundação Catarinense de Educação Especial para trabalho em equipes interdisciplinares e trans disciplinares”, conclui.


GUIA MIRAI

Comments


bottom of page