BRASIL NÃO PODE VIVER ETERNAMENTE NO BOLSA FAMÍLIA, DIZ PRESIDENTE LULA
- GUIA MIRAI
- 15 de abr.
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Lula defende superação da dependência do Bolsa Família e mira classe média para os brasileiros

Durante visita à fábrica da montadora japonesa Nissan, em Resende, no sul do estado do Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil precisa deixar de ser um país dependente do Bolsa Família. O programa, criado em 2003 durante seu primeiro mandato, foi elogiado por Lula como um importante instrumento de combate à fome e à miséria, mas, segundo ele, deve ser uma etapa temporária na trajetória das famílias brasileiras.
> “Voltei para a presidência da República para provar que este país não pode ser um país eternamente pobre, eternamente vivendo de Bolsa Família. Não. Precisamos fazer as pessoas se formarem adequadamente, aprender uma profissão, constituir família, terem prosperidade e viverem bem, num padrão de classe média”, afirmou Lula.
A declaração ocorreu durante evento que marcou o anúncio de novos investimentos da Nissan no Brasil, incluindo a ampliação da planta industrial e a produção de modelos elétricos. O presidente aproveitou o momento para defender a industrialização como motor do desenvolvimento e destacou que o crescimento sustentável do país passa pela geração de empregos qualificados.
Lula enfatizou a importância de políticas públicas que incentivem a educação, a formação técnica e a criação de oportunidades reais para que os brasileiros possam conquistar autonomia financeira. Segundo ele, o objetivo do governo não é manter a população dependente de programas assistenciais, mas sim oferecer os meios para que cada cidadão possa construir uma vida digna com seu próprio esforço.
“O Bolsa Família é necessário, e continuará existindo para quem precisa. Mas nossa missão é fazer com que cada vez menos pessoas dependam dele. Isso se faz com educação, com trabalho digno e com oportunidades reais”, completou.
A fala do presidente repercutiu entre economistas e líderes sociais. Especialistas apontam que, embora a visão de superação da pobreza seja positiva, ela exige investimentos robustos em educação básica e técnica, além da ampliação da oferta de empregos de qualidade. Organizações da sociedade civil também destacam a importância de manter a rede de proteção social ativa enquanto essas transformações estruturais não são alcançadas.
A oposição, por sua vez, acusou o presidente de contradição ao criticar a dependência do Bolsa Família, um dos principais símbolos de suas gestões anteriores. Parlamentares aliados, no entanto, defenderam que Lula apenas reafirmou o caráter transitório do programa, alinhado ao objetivo de emancipar os beneficiários.
Durante a visita à Nissan, Lula também reforçou a importância do setor industrial para o crescimento econômico do país. Ele comemorou a decisão da montadora de investir em veículos elétricos e disse que o governo está comprometido com políticas que estimulem a inovação e a geração de empregos verdes e sustentáveis.
"Se queremos um Brasil forte, precisamos ter uma indústria forte. Isso significa apoiar empresas que investem, que treinam trabalhadores e que produzem aqui”, disse.
A fala de Lula sinaliza um esforço do governo em equilibrar políticas sociais com a promoção do crescimento econômico e da mobilidade social. Ao defender a superação da pobreza por meio da educação e do trabalho, o presidente reforça a visão de um país em que o Bolsa Família seja um ponto de partida — e não de chegada — para milhões de brasileiros.
GUIA MIRAI
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