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BRASIL RETOMA IMPORTAÇÃO DE ENERGIA DA VENEZUELA; ENTENDA O CASO

Foto do escritor: GUIA MIRAI GUIA MIRAI

Na sexta-feira (14), o Brasil retomou oficialmente o intercâmbio de energia com a Venezuela, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O restabelecimento da conexão entre os dois países foi marcado pela ativação da linha de transmissão em 230 kV Boa Vista/Santa Elena, permitindo a importação comercial de 15 megawatts (MW) de energia elétrica.


O estado de Roraima é o único do Brasil que não está interligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que historicamente o torna dependente de outras fontes de energia, como usinas termelétricas e, anteriormente, da importação de energia da Venezuela. A interligação com o sistema venezuelano foi interrompida em 2019, quando o governo de Nicolás Maduro enfrentou uma crise energética que impactou o fornecimento de eletricidade para o país vizinho.


Com a retomada do intercâmbio energético, a intenção é reforçar o abastecimento de energia para Roraima, reduzindo a necessidade de geração local por termelétricas, que possuem custos elevados e impacto ambiental significativo.


A decisão de restabelecer o intercâmbio de energia ocorreu mesmo após o ONS ter apontado a necessidade de mais informações das autoridades venezuelanas sobre a estabilidade e confiabilidade do fornecimento. Desde a interrupção em 2019, a infraestrutura energética da Venezuela tem sido alvo de críticas devido a apagões e instabilidades frequentes.


Mesmo assim, a operação foi iniciada, com a expectativa de que essa importação contribua para a redução dos custos energéticos em Roraima. O governo brasileiro também avalia medidas para fortalecer a segurança do fornecimento e minimizar riscos de novas interrupções.


A retomada da importação de energia da Venezuela pode trazer benefícios financeiros para o Brasil, especialmente para os consumidores de Roraima, que enfrentam altas tarifas devido à dependência de termelétricas. O custo da energia venezuelana tende a ser mais competitivo em relação à geração local.


Do ponto de vista ambiental, a substituição parcial da geração térmica por energia importada pode reduzir a emissão de gases poluentes. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de garantir fontes alternativas e sustentáveis de energia para a região, como investimentos em energias renováveis.


O governo brasileiro monitora o desempenho da importação de energia e avalia a possibilidade de ampliar a cooperação com a Venezuela caso o fornecimento se mostre estável. Paralelamente, há discussões sobre a conclusão do Linhão de Tucuruí, um projeto que conectaria Roraima ao SIN e reduziria a dependência de importação de energia.


A retomada da interligação energética entre Brasil e Venezuela reflete a busca por soluções viáveis para o abastecimento energético de Roraima, mas também levanta debates sobre a confiabilidade da infraestrutura venezuelana e os desafios diplomáticos que podem surgir dessa parceria. O sucesso dessa medida dependerá do monitoramento contínuo e da implementação de estratégias para garantir um fornecimento estável e seguro de energia para a região.

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