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Foto do escritorGUIA MIRAI

EL Niño VAI TRAZER INVERNO QUENTE, SECAS E TEMPORAIS; ESTAMOS PREPARADOS?


O fenômeno, segundo meteorologistas, deve trazer ao Brasil pelo menos um ano de temperaturas acima da média, com possíveis recordes



Meteorologistas alertam para a chegada intensa do El Niño, no segundo semestre deste ano. A expectativa é que o fenômeno provoque um aquecimento da atmosfera acima da média, o que deve trazer, por pelo menos um ano, invernos mais quentes, longos períodos de seca com umidade do ar em níveis de deserto e chuvas torrenciais (com grande volume de água, em curto espaço de tempo). Diante dessas expectativas, as equipes da Defesas Civis de Belo Horizonte e Minas Gerais já se preparam, em parceria com outros equipamentos do poder Executivo, para a contenção dos possíveis danos.


O El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial denominado de El Niño Oscilação Sul (ENOS). O ENOS refere-se às situações nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño) do que a média histórica. A mudança na temperatura do oceano Pacífico Equatorial acarreta efeitos globais na temperatura e precipitação. O Brasil está na lista de países com potencial para sentir os efeitos do fenômeno.


Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, em Minas, o aumento da temperatura já deve ser sentido com mais intensidade nas regiões Sul, Zona da Mata, Leste e Central, agora no inverno. “A gente está esperando que ele comece atuar já neste inverno, com temperaturas acima da média”, diz. “Não devemos ter um inverno muito rigoroso. E ele pode continuar durante os meses de primavera e verão, com muito calor e possíveis recordes de temperatura”, detalha.


O especialista explica que uma das consequências também são as chuvas muito intensas em períodos muito curtos, uma das consequências do El Niño que mais preocupam, por causa do número de desastres relacionados. “O El Niño atrasa o início do período chuvoso. As primeiras chuvas em outubro serão muito na forma de temporais, com raios, causando alagamentos nas cidades. Não serão aquelas chuvas persistentes, mas as que acontecem em curto período de tempo, muito intensas”, alerta.


Outra questão apontada por Ruibran é a umidade do ar, que deve atingir níveis de deserto, até 2024, principalmente no Triângulo, Norte e Noroeste do Estado. A baixa umidade causa diversos impactos, tanto em humanos, que inclui problemas respiratórios, quanto nas plantações e áreas verdes, causando perdas de safras e queimadas. “Com essas temperaturas elevadas, há um risco muito grande de focos de incêndio. É preciso avaliar o risco de incêndios florestais. E isso em quase todo o Estado”, avalia Ruibran.


Ações no Estado

De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), ao longo do ano, pensando nos impactos, como os temporais que provocam alagamentos e deslizamentos de terra, são realizadas ações preventivas em todo o Estado, principalmente nas cidades com áreas de risco geológico.


Uma das medidas é a distribuição de kits para auxiliar as ações de resposta aos eventos adversos nos municípios. “A Cedec já distribuiu 497 kits de defesa civil, contendo uma viatura 4x4, um notebook, uma trena digital e coletes reflexivos, aos municípios mineiros para a estruturação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Compdec). A distribuição de outros 15 kits já está em andamento”, informou o órgão.


Há ainda, segundo a Defesa Civil, a promoção de seminários e cursos de capacitação. “Dentro dessa capacitação, a Cedec presta o apoio na estruturação e na elaboração do Plano de Contingência, um documento feito em situação de normalidade que prevê o mapeamento de todas as áreas de risco (uma responsabilidade do próprio município) e o que deve ser feito em uma situação de desastre, como estabelecimento das rotas de fuga e o acionamento dos órgãos de apoio como a PMMG e o CBMMG”, explica.


Investimentos do governo federal

Em fevereiro, o governo federal anunciou R$ 1,171 bilhão, previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA), para serem destinados ao conjunto dos programas que envolvem gestão de riscos e desastres. Esse valor, no entanto, é a menor destinação de recursos para programas de prevenção e recuperação de desastres nos últimos 14 anos, segundo a Associação Contas Abertas. Segundo a associação, nos últimos 13 anos, do valor total autorizado em orçamento (R$ 64,1 bilhões em valores constantes), foram efetivamente pagos R$ 40,7 bilhões (63,6%).


Atualmente, os programas nacionais destinados a essa temática são:


  • Prevenção e preparação para emergências e desastres

  • Resposta aos desastres e reconstrução

  • Drenagem urbana sustentável

  • Gestão de riscos e de desastres

  • Gestão de riscos e desastres (defesa civil)


GUIA MIRAI

(por O Tempo)

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