Pesquisadores acompanharam trabalhadores de dois hospitais que receberam doses de Coronavac e Pfizer
Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas realizado com trabalhadores de dois hospitais de Belo Horizonte, divulgado nesta sexta-feira (8), indicou que a dose de reforço é bastante eficaz para elevar a imunidade de um indivíduo contra a Covid.
Ao longo de um ano, pesquisadores acompanharam 1.587 pessoas para observar como reagiam à vacina. Participaram do estudo trabalhadores do Hospital da Baleia e Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro. Os participantes tinham idades entre 18 e 90 anos, sendo a média de 39 anos. Mais de 76% eram mulheres e 28,8% relataram ter alguma comorbidade, sendo que hipertensão, obesidade, asma e diabetes foram as mais citadas.
O foco da pesquisa foi sobre pessoas que tomaram a primeira e a segunda dose de CoronaVac e a terceira, ou dose de reforço, da Pfizer, aplicada seis meses após o protocolo primário.
O resultado comprovou a importância do reforço. As análises mostraram uma queda significativa nos níveis de anticorpos entre três e seis meses após a aplicação da segunda dose de Coronavac. A taxa de soropositividade caiu de 98%, após 30 e 60 dias da aplicação do imunizante, para 69%, no período que compreendeu entre 91 e 180 dias após a vacinação. Mas, com a aplicação do reforço da Pfizer, tais índices foram restabelecidos, chegando a 100% de soropositividade, 15 dias após a aplicação.
Além disso, o estudo mostrou a importância do reforço no momento em que a variante ômicron chegou ao país. A pesquisa mostrou que, 30 dias após a segunda dose, a CoronaVac gerou anticorpos neutralizantes em apenas 17% dos indivíduos analisados e essa porcentagem caiu para 10% 60 dias após a segunda dose. Porém, com a dose de reforço da Pfizer, o número de amostras que apresentaram anticorpos neutralizantes contra a ômicron subiu para 77% dos indivíduos analisados.
Em relação à variante delta, predominante no país nos meses finais de 2021, as duas doses de Coronavac já haviam se mostrado efetivas.
Os dados revelaram ainda a importância da vacinação para evitar sintomas prolongados da doença. Antes da vacinação, 15,6% dos participantes já havia testado positivo para a Covid, sendo que 8,6% do total foram diagnosticados com Covid longa. Mas após a imunização, apenas 4,7% testaram positivo e 0,3% do total tiveram sintomas por tempo prolongado.
GUIA MIRAI por O Tempo
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