Joanésia Lidera com 140 Contaminações Confirmadas
Minas Gerais registrou, ao longo de 2024, um total de 269 casos de Febre Oropouche, conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG). Joanésia, localizada na Região do Vale do Rio Doce, é o município mais afetado, com 140 contaminações confirmadas até 1º de janeiro de 2025. A doença, causada por um vírus transmitido pelo mosquito Culicoides (conhecido como borrachudo), era até então predominantemente registrada na Região Norte do Brasil.
A chegada da Febre Oropouche ao estado mineiro representa um marco preocupante. Os primeiros casos começaram a ser detectados em maio de 2024, conforme apontou o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), vinculado à Fundação Ezequiel Dias (Funed). Os diagnósticos iniciais ocorreram nas cidades de Ipatinga, Gonzaga e Congonhas. Na época, em menos de uma semana, 68 novos casos foram identificados, chamando a atenção das autoridades de saúde para a rápida disseminação.
O Que é a Febre Oropouche?
A Febre Oropouche é uma arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que provoca sintomas semelhantes aos da dengue, como febre alta, dores de cabeça intensas, mialgia (dor muscular) e, em alguns casos, erupções cutâneas. Embora raramente evolua para quadros graves, a doença pode levar a complicações em pacientes com condições pré-existentes ou em áreas com infraestrutura de saúde limitada.
O Culicoides, vetor do vírus, é um mosquito de pequeno porte conhecido por infestar áreas próximas a corpos d'água e de vegetação densa. Sua presença no Sudeste do Brasil levanta preocupações sobre mudanças climáticas e ambientais que favorecem a migração e adaptação de vetores antes restritos a outras regiões.
Joanésia, com uma população de cerca de 7 mil habitantes, registrou mais de 50% dos casos de Febre Oropouche em Minas Gerais. Especialistas atribuem esse cenário a uma combinação de fatores:
Clima e vegetação: A cidade está situada em uma região propícia à proliferação do borrachudo devido ao clima quente e úmido, além da abundância de áreas florestais e cursos d'água.
Fatores socioeconômicos: A infraestrutura de saneamento básico precária em algumas áreas favorece o acúmulo de água parada, ambiente ideal para a reprodução do mosquito.
Baixa imunidade coletiva: A doença é relativamente nova na região, o que significa que a população local não possui imunidade natural ao vírus.
Ações e Desafios das Autoridades de Saúde
Desde o início da epidemia, a SES-MG vem implementando ações de controle, como campanhas de conscientização e o fortalecimento da vigilância epidemiológica. No entanto, o combate ao Culicoides é um desafio, já que o mosquito é menos suscetível às estratégias tradicionais de combate a vetores, como fumacê.
A prefeitura de Joanésia também relatou dificuldades em atender o aumento da demanda por diagnósticos e tratamentos. Em novembro de 2024, um mutirão foi organizado para atender moradores com sintomas suspeitos, mas especialistas alertam para a necessidade de medidas estruturais, como melhorias no saneamento e no manejo ambiental.
O Que Esperar em 2025?
Com o verão se intensificando no início do ano, o risco de novos casos permanece elevado. Especialistas recomendam à população medidas preventivas, como:
- Uso de repelentes;
- Instalação de telas protetoras em portas e janelas;
- Evitar exposição em áreas com alta incidência de mosquitos, especialmente ao amanhecer e entardecer.
Enquanto isso, o governo de Minas Gerais anunciou a intenção de ampliar a pesquisa e o monitoramento da Febre Oropouche, além de buscar parcerias com instituições científicas para desenvolver métodos mais eficazes de controle do vetor.
GUIA MIRAI
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