
Pesquisadores da Turquia e do Canadá descobriram que as placas tectônicas no fundo do Oceano Pacífico não são tão rígidas quanto se imaginava. Essas estruturas estão se fragmentando antes de chegarem às zonas de subducção, onde normalmente mergulham sob outras placas. Esse fenômeno pode ter implicações significativas na compreensão da tectônica global e no risco de grandes terremotos e tsunamis.
A pesquisa, publicada na revista Advancing Earth and Space Sciences, analisou quatro grandes platôs submarinos—Ontong Java, Shatsky, Hess e Manihiki—e encontrou rachaduras e falhas que indicam uma deformação prematura, se partindo. Isso sugere que as placas oceânicas são mais frágeis do que se pensava, o que pode influenciar a forma como se deslocam e interagem com outras placas ao redor do mundo.
Enquanto essa descoberta amplia a compreensão sobre o comportamento das placas, outra ameaça concreta vem sendo monitorada na costa oeste dos Estados Unidos e Canadá. A Zona de Subducção de Cascadia, uma falha tectônica de 1.100 km de extensão que se estende do norte da Califórnia até a Colúmbia Britânica, acumula pressão há séculos e pode gerar um megaterremoto a qualquer momento.
O último grande terremoto dessa região ocorreu em 26 de janeiro de 1700, atingindo magnitude 9,0 e causando um tsunami que chegou até o Japão. Cientistas estimam que há 37% de chance de um novo tremor de alta magnitude ocorrer nos próximos 50 anos. Como os terremotos em Cascadia costumam acontecer em intervalos de 300 a 500 anos, a região já está dentro da janela de risco.
Uma descoberta em 2015 trouxe mais preocupação: pesquisadores da Universidade de Washington identificaram um vazamento de fluido quente no fundo do mar próximo à costa de Oregon, chamado Oásis de Pítia. Esse fluido, vindo de profundidades de até 4 km, funciona como um lubrificante entre as placas tectônicas. A perda desse líquido pode aumentar a fricção e, consequentemente, a chance de um terremoto.
Se um evento de grande magnitude ocorrer, o tremor pode durar entre cinco e sete minutos, seguido por um tsunami com ondas de até 30 metros, devastando a costa da região. Infraestruturas como estradas, pontes, edifícios e sistemas de energia e água seriam gravemente afetados.
Embora os dois fenômenos—o enfraquecimento das placas no meio do Pacífico e o risco de megaterremoto em Cascadia—não tenham uma ligação direta confirmada, ambos demonstram a dinâmica intensa da Terra e a importância de monitorar constantemente as mudanças tectônicas. Se a fragmentação precoce das placas oceânicas influenciar a forma como a pressão se acumula nas zonas de subducção, isso pode alterar os modelos de previsão de terremotos no futuro.
A ciência segue acompanhando esses eventos para entender melhor os riscos e preparar estratégias para minimizar seus impactos.
GUIA MIRAI
(com informações de R7)K
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